Se minhas lágrimas fossem sementes
E meus pés não estivessem no chão
Nas asas de um sonho muito distante
Regaria as mentes de uma multidão.
Se o solo de concreto
Permitisse a transpiração
Meu choro não inundaria cidades
Afogando pobres sem pão.
Nasceriam grandes árvores
Sentiria o cheiro da fertilidade
Não deixaria que nada vos faltasse
E não andaria com uma pedra na mão!
Pra quem só pensa no desastre
Vivendo o copo meio vazio
Beba o copo meio cheio
... Sinta o alívio.
Mas se de repente parasse
Simplesmente abrisse mão
Não lhe contaria a verdade
Plantaria destruição.
Se o intuito de quem nasce
É crescer num batalhão
Só acordará quando ouvir:
"Pare! Coloque sua arma no chão!"
Para não secar a fonte
Que nasce no meu peito
Pego as asas de um sonho
E faço um voo perfeito.
Antonio F. Bisneto
manuscrito de 23.05.2005
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